domingo, 23 de abril de 2017

O RAMBÓIA Homenagem a António Soeiro Santana (Bol. 67)

O RAMBÓIA
Homenagem a António Soeiro Santana

Por: Carlos Cravo

“Só morre quem nunca viveu no coração de alguém.”


Lia-se no folheto do velório do saudoso Sr. António Soeiro Santana, mais conhecido por Rambóia. E se houve alguém que viveu intensamente no coração de muita gente, interferindo de forma positiva nas vidas e disposição de todos, foi ele, a nossa “máquina”.
Partiu no dia 13 de fevereiro com 71 anos de idade, após um período de sofrimento causado pela doença que o vitimou e o impediu de viver como só ele sabia e queria, na alegria, na harmonia com todos, no convívio fraterno e social, caindo facilmente na graça de toda a gente. Por isso tão conhecido e querido em todo o lado. A doença impediu-o de fazer aquilo que ele tanto queria e gostava: festejar a vida.
(...)




Ele era Património da Região e, especialmente, de Sendim; e o que é Património nunca morre!


SAUDADES DO MEU QUERIDO PAI (Bol 67)

SAUDADES DO MEU QUERIDO PAI

Lousada, 1/3/2017
Maria Adelaide Aguiar

Já passaram 3 meses desde que o meu Pai partiu e só agora o meu coração começa a aceitar que foi bom para ele, visto que deixou de sofrer. Porém, o meu sofrimento continua, pela sua ausência, cada momento que penso nele. Lembro-me das suas palavras amigas e as longas conversas que tínhamos, onde ele me contava factos da sua vida passada. Alguns já eu conhecia desde criança, outros soube-os só nestes últimos tempos em que ele esteve comigo (mas isso são contas de outro rosário).
(...)

O meu Pai chamava-se Manuel Joaquim Aguiar e nasceu em Sendim em 2-10-1923.
Por aí ficou até aos 5 anos  e dos 5 aos 10 anos esteve no Brasil com os pais. À custa de muito trabalho e sacrifício, juntaram algum dinheiro para comprarem a QUINTA DE S. MARTINO, junto à Capela de Santa Bárbara.
(...)

Enquanto estudava e até já depois de formada, nunca deixei de passar as férias com a minha avó porque era aí que estavam as minhas raízes. Adorava as festas de verão de Aldeia  e os bailaricos no Mercado  ao som do acordeão do Sr. Aires Gonçalves.
Como eu vibrava com aquilo…
Entretanto a minha avó começou a ficar velhota e foi ela para o Porto, para a nossa companhia, até falecer.
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O meu Pai sempre foi e continuará a ser o meu “GRANDE ÍDOLO”.
Já poucas pessoas devem haver em Aldeia de Sendim da idade de meu pai, mas há ainda muita gente que o conheceu com saúde e sabem o que ele foi e a saudade que deixou.
Um abraço amigo a todos os Sendinenses que gostaram de receber estas notícias do meu amado e adorado Pai.

CENTRO CULTURAL DE SENDIM (Bol 67)

CENTRO CULTURAL DE SENDIM
Por: Rafael Santana


A Vila de Sendim é sem dúvida alguma neste momento a ex-libris cultural do Concelho de Tabuaço. O associativismo está no Sangue dos Sendinenses que por carolice vão mantendo viva a nossa terra.
(...)

É com um misto de sentimentos que se dividem entre a tristeza e a alegria que brevemente se irá atribuir uma “sede” às três Associações musicais da freguesia que se encontram neste momento constituídas enquanto associação. O Edifício da antiga Escola Primária irá servir de Sede à Banda de Música de Sendim, ao Grupo de Tocadores de Concertinas Alto Douro Vinhateiro de Sendim e à Orquestra Ligeira da Banda de Música de Sendim. Sob o nome de Centro Cultural de Sendim este espaço será reaberto e cada uma das associações terá uma sala, que depois de entregue será da sua responsabilidade no que diz respeito à sua manutenção.
(...)

O associativismo é provavelmente o melhor meio de desenvolvimento local e comunitário. Continuem estas associações a promover o desenvolvimento de Sendim e sejam felizes nas novas instalações, no Centro Cultural de Sendim.

terça-feira, 11 de abril de 2017

"O SENHOR DA BOA MORTE" JUNTO A CABRIS... - Boletins antigos - nº8

Lugares do Nosso Património
"O SENHOR DA BOA MORTE" JUNTO A CABRIS

Por: Fernando Carlos Taveira Cardoso Teixeira
(Março de 2002)


      A nossa região é rica em lugares e imóveis com grande interesse patrimonial. Estes espaços e construções são muitas vezes desconhecidos pelos próprios locais. E sempre bom lembrar que fazem parte de uma memória viva dos nossos antepassados. Muilos deles pertenceram às nossas próprias famílias. Falo deste modo por pensar que a nossa sociedade preserva o espírito e a essência da família, mas muitas vezes ignora as obras arquitetónicas, culturais e sociais que os nossos antepassados com muito esforço e dedicação fizeram. E esta incoerência que, ao mesmo tempo com outros fatores, tem levado ao esquecimento de setores tradicionais da nossa economia, da degradação da nossa paisagem e da nossa cultura local. É com muita mágoa que vemos constantemente a destruição da paisagem tradicional, nomeadamente, através do retirar de pedras de antigos muros que ladeiam caminhos e lugares, muitos deles remon­tando aos primórdios da nacionalidade. E há mesmo casos em que essas pedras carregadas de história são vendidas aos nossos Irmãos Espanhóis?!
      Também existem zonas de explo­ração, as pedreiras... Estes locais depois
de explorados, são muitas vezes abandonados, tornando-se feridas na paisagem, como aconteceu com a pe­dreira da Barragem do Vilar que desde os anos quarenta assim permanece.
      Muitos mais exemplos poderíamos citar, mas, a ideia deste artigo é divulgar o património, por isso, hoje apresento-vos um lugar encantador: “O Senhor da Boa Morte”, junto a Cabris. A existên­cia deste lugar deve-se, segundo explicação de populares, à necessidade do povo de Cabris guardar o pão junto à Quinta do Pinheiro, lugar que tinha uma grande eira que hoje se encontra completamente abandonado.
         Este conjunto arquitectónico apre­senta-nos uma expressão popular e rústica com a aplicação e utilização de materiais vernaculares. Os edifícios são rasteiros, de pequena escala, ladeando caminhos rurais, adaptando-se perfeita­mente ao terreno e paisagem. As pedras que constituem as casas assentam sobre penedos como se fossem um prolonga­mento da natureza. Apenas se vê no rude murado de granito destas edificações uma pequena porta de madeira, tosca e envelhecido pelo tempo. As coberturas dc duas águas são como delicadas mantas cobrindo um único espaço forçosamente tornado rectilíneo através do esforço e vontade humana de dominar esta natureza agreste.



     Este conjunto arquitetónico faz-me lembrar habitações pré-históricas, construídas por pedras arranjadas e travadas por cunhais toscos e rudes. Estes palhais formaram um aglomerado ao serem construídos encostados com o aproveitamento de paredes “meias”. Ao mesmo tempo, acrescentaram a estes palhais pequenas cercas, como se estas construções estendessem dois fortes braços murados, onde se abre um portal...
         Há cerca de dois anos, rompeu-se uma nova estrada que arrasou por completo o antigo caminho medieval, que dava acesso a este lugar. A visita agora tomou-se mais fácil pois podemos ir ali de carro... Por enquanto, restam os “palhais”, não sabemos se por muito tempo. Pois o acesso fácil pode, por um lado, levar a um bom aproveitamento turístico deste conjunto, mas também pode conduzir à sua total destruição.
         Foi pena não se ter mantido aquele caminho dc pedras medievais. Sentiríamos com maior rigor o tempo daquele sítio e seria uma mais valia para o património da nossa região…

Boletim 67

O boletim 67 chegou...



CENTRO CULTURAL DE SENDIM
          Rafael Santana

SAUDADES DO MEU QUERIDO PAI
          Maria Adelaide Aguiar

O RAMBÓIA, Homenagem a António Soeiro Santana
           Carlos Cravo

TRADIÇÕES, USOS E COSTUMES DE SENDIM
          Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira

FAMÍLIA DE CAMPOS COELHO - Sendim - Tabuaço - II parte
          João lena Campos

ENCONTRO DE GRUPOS CORAIS EM SENDIM
          Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira