terça-feira, 7 de novembro de 2017

Alexandre “o Aleijadinho” - Boletim 68

Alexandre “o Aleijadinho”
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira

(texto na íntegra)
Sim, era por este nome que eu sempre conheci o Sr. Alexandre Veiga, porque era paraplégico e arrastava-se para todo o lado. Tinha uns bocados de pneus, presos nos dois joelhos até aos pés e punha as duas mãos no chão. Dizem que foi meningite que teve quando era criança.
Ainda eu era pequena, já o via na porta da Capela de Paço, à saída da missa Dominical, as pessoas ao passar por ele deitavam-lhe umas pequenas moedas para o pé dele e assim recolhia ali uns tostões. Depois punham-no a cavalo no burro para o levarem  para casa.
Todas as feiras de Moimenta, ele ia para lá,  pedir umas esmolas. A mãe ou a irmã levavam-no no burro até à paragem da camioneta; para subir e descer havia sempre gente boa que o ajudava.
Apesar de  andar sempre de rastos, lembro-me dele a traçar uma lenhinha para a fogueira e ainda ia para os terrenos montado no burro e por lá fazia o que podia.
Sendo paraplégico e pertencendo a uma família marcada pelo infortúnio, ou má sorte, mesmo assim o senhor Alexandre foi sempre bem humorado,  dizia ele que era o filho mais feliz que a sua mãe teve.  É verdade ele era inteligente, bem disposto, alegre, cantava, assobiava e sobretudo muito religioso, enquanto pode ia sempre à missa e em casa rezava sempre as suas orações.
Viveu sempre com a sua irmã Alice, e nunca foi preciso ir para o Lar.
Ultimamente, com os seus problemas de saúde e os seus 85  anos  que ia fazer dia 16 de Agosto, não resistiu e no dia 7 de Maio deste ano de  2017 entregou a sua alma a Deus. Entrando no Reino da Glória. PAZ À SUA ALMA.
A revista ARTT dá as sentidas condolências a todos os familiares.

Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira

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