Alexandre “o Aleijadinho”
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira
(texto na íntegra)
Sim, era por este nome que eu sempre
conheci o Sr. Alexandre Veiga, porque era paraplégico e arrastava-se para todo
o lado. Tinha uns bocados de pneus, presos nos dois joelhos até aos pés e punha
as duas mãos no chão. Dizem que foi meningite que teve quando era criança.
Ainda eu era pequena, já o via na porta da
Capela de Paço, à saída da missa Dominical, as pessoas ao passar por ele
deitavam-lhe umas pequenas moedas para o pé dele e assim recolhia ali uns
tostões. Depois punham-no a cavalo no burro para o levarem para
casa.
Todas as feiras de Moimenta, ele ia para
lá, pedir umas esmolas. A mãe ou a irmã levavam-no no burro até à
paragem da camioneta; para subir e descer havia sempre gente boa que o ajudava.
Apesar de andar sempre de
rastos, lembro-me dele a traçar uma lenhinha para a fogueira e ainda ia para os
terrenos montado no burro e por lá fazia o que podia.
Sendo paraplégico e pertencendo a uma
família marcada pelo infortúnio, ou má sorte, mesmo assim o senhor Alexandre foi
sempre bem humorado, dizia ele que era o filho mais feliz que a sua
mãe teve. É verdade ele era inteligente, bem disposto, alegre,
cantava, assobiava e sobretudo muito religioso, enquanto pode ia sempre à missa
e em casa rezava sempre as suas orações.
Viveu sempre com a sua irmã Alice, e nunca
foi preciso ir para o Lar.
Ultimamente, com os seus problemas de
saúde e os seus 85 anos que ia fazer dia 16 de Agosto,
não resistiu e no dia 7 de Maio deste ano de 2017 entregou a sua
alma a Deus. Entrando no Reino da Glória. PAZ À SUA ALMA.
A revista ARTT dá as sentidas condolências
a todos os familiares.
Por:
Maria
Lisete Soeiro Coelho Ferreira
Sem comentários:
Enviar um comentário