segunda-feira, 28 de maio de 2018

LENDAS DA NOSSA TERRA - Boletins Antigos - Nº 9


Lendas da nossa Terra
António de Távora, Verão de 2002



            No caminho que vai para a Quinta do Jardim a seguir ao Polameiro do lado direito encontram-se uns penedos com uma forma estranha que desperta a atenção a qualquer pessoa que ali passa. Dizem que nem sempre aquela pedra de aspeto escultórico esteve ali. Conta-se que um dia uma velha vinha da Serra com um molho de lenha à cabeça, sentou-se naquele lugar e de imediato um repentino feitiço se deu. Uma faísca caída do Céu bateu naquele lugar. O estrondo abalou toda a aldeia e uma fumaça brotou daquele sítio, branca como a neve e quente como lume. As pessoas que ali perto estavam e os que mais perto moravam, correram curiosos àquele sitio. Surpreendidos e espantados depararam boquiabertos com aquela figura de pedra. A velha tinha-se transformado em penedo e ninguém até hoje foi capaz de desfazer aquele feitiço.
        De vez em quando dizem que se ouvem gritos vindos da Serra e que algumas chamas ali aparecem. Serão os gritos da velha!?
        Todos sabemos que muitas chamas têm queimado a Serra, principalmente nos dias de Verão. Será a velha ou alguém anda a tentar acabar com o feitiço?


sábado, 26 de maio de 2018

SENDIM ACORDOU GELADA - Boletim 71


Sendim acordou gelada

Presidente da Junta de Sendim

Sérgio Rodrigues




Apesar dos avisos da comunicação social, em que a tempestade David ia ser de muita chuva, ventos fortes e frio, pensamos sempre, que é para os outos, mas desta vez também caiu sobre nós.
No dia 28 de Fevereiro Sendim acordou às escuras pois a energia tinha falhado por volta da 01h00 da manhã e só voltou por volta das 20h00.
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sexta-feira, 25 de maio de 2018

CARREIRA DE ALDEIA - Boletim 71


Carreira de Aldeia
Por: Jorge Santos



Via que faz a ligação da Vila de Sendim, no lugar anteriormente designado de Aldeia de Sendim, a Arcos, no estremo sul do concelho de Tabuaço.
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Em primeiro plano de um vasto horizonte situa-se a quinta do Bom Jardim, terá sido uma imponente propriedade desta via, agora em ruinas e ao abandono. Conserva ainda uma majestosa fonte de água corrente e, de entre várias ruinas, destaca-se um pombal construído em 1935. Outros interesses desta via são a Fonte do Polameiro e a Cabeça da Velha à qual está associada uma lenda.
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Não tendo a grande importância de outrora a “Carreira de Aldeia” apresenta agora outras perspetivas de interesse a todos que desejem conhecer ou revisitar o sul do concelho de Tabuaço. Onde se destaca uma calçada antiga, que pelas suas caraterísticas e longevidade, reflete técnica herdada do período Romano e a beleza paisagística na transição serrana entre dois vales, património construído e humanizado.



quinta-feira, 24 de maio de 2018

Sendim - Vila Histórica... (1ª parte) - Boletim 71


SENDIM – Vila Histórica…
1ª PARTE
Por: Carlos Soeiro Cravo
(In: “Banda de Música de Sendim 1980-2005,  25 anos” – 2005)



         Sandim (século XIV)
         Sindim (até inícios do séc. XX)
         Sendim (actualmente)

Sendim é Vila desde 2001 por decreto aprovado na Assembleia da República a 19 de Abril e promulgado pelo Presidente da República a 12 de Julho do mesmo ano. Tem uma vasta e riquíssima história que a elevam a uma das mais valiosas povoações do Alto Douro. Freguesia do Concelho de Tabuaço, constituía pelos lugares de Sendim, Aldeia e as anexas de Guedieiros e Cabriz, demarca-se localizada num ponto de charneira entre a região beirã e duriense. Ficava-lhe muito bem uma designação do género “Portas do Douro” ou “Portal do Alto-Douro”.
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         Sem dúvida que o Vale de Sendim é um lugar onde qualquer leigo pode observar grande quantidade de vestígios romanos, como tégulas[1], fontes, construções em ruínas, peças de cerâmica, um lagar de azeite, um templete ou altar romano, vestígios de atividade de fundição de metais… Talvez com escavações ordenadas e orientadas por uma equipa de técnicos arqueólogos pusesse a descoberto o muito que deve haver a desvendar, tirando as dúvidas às hipóteses da importância romana deste lugar, não só no ponto de vista regional, mas também no plano nacional como adiantaram os técnicos da ARQUEOHOJE!




[1] “Tégulas – telhas romanas de formato inconfundível” Fernando Carlos Teixeira in “SENDIM Caminhos Históricos – Roteiro” (1999)
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Mas “em 985 Al-Mançor, califa de Córdova, alcançaria estes sítios, martirizando os religiosos de dois mosteiros que ali houve, fundados no primeiro século do cristianismo.[1] Eram os sarracenos que invadiam rápida e devastadoramente a Península Ibérica, perante a inerte e inexistente resistência militar da pacífica monarquia cristã Suevo-Visigótica.



[1] Luiz de Feitas in “Taboaço Notas & Lendas” (1915), reedição da Câmara Municipal de Tabuaço (1997), pág. 60








quarta-feira, 23 de maio de 2018

Amolador de Tesouras - Boletim 71


AMOLADOR DE TESOURAS
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira




Como este ano o inverno foi muito seco, já toda a gente reclamava a água,  até as barragens estavam secas, porque ainda não tinham chegado essas chuvas invernais da época. Mas toda a vida ouvi dizer: a chuva e a morte não deve de ser desejada e tarde é o que nunca vem.
Só depois que entrou a primavera é que chegaram as tempestades, que até lhe estão a pôr o nome de pessoas (e já vai na Irene!). Pois estamos atravessar uma época de chuvas torrenciais e grandes ventanias. Tem havido grande destruição de árvores,  umas arrancadas pela raiz, outras grossas pernadas que partiram, até os postes dos telefones e eletricidade têm partido e caído nos caminhos!
O que levou grande destruição com estes ventos todos, foram os  guarda-chuvas ou seja, os sombreiros, como lhe queiram chamar. Viravam-se todos com o vento e a maior parte deles partiram as varas e acabaram por ir para o lixo!...      
Então, eu lembrei-me de publicar, mais esta recordação do meu tempo de criança, para assim ficar registado. E as pessoas que lerem, possam também recordar como eu estas lindas e antigas tradições que deixaram muitas saudades. 

Quem se lembra do Amolador de Tesouras?
Afiador de facas e navalhas?
E peneireiro de peneiras e guarda-chuvas?
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“- Amolam-se tesouras, facas e navalhas.. Amolam-se tesouras, facas e navalhas…”

  Esta era a frase com que o amolador anunciava a sua chegada e juntamente  com o caraterístico som de uma gaita, que já há muito está caído no esquecimento do nosso povo. Era um instrumento musical próprio, uma gaita de beiços especial, muito parecida com um realejo ou pífaro de 5 canos, que o amolador tocava à sua chegada e que já era conhecido dos clientes. Essa música era uma melodia própria, um pregão musical, para anunciar aos clientes a sua chegada.  
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 Quando ele chegava, o povo dizia que ele adivinhava chuva! Mas em minha opinião o aparecimento do amolador e a chegada da chuva na mesma altura era por mera coincidência, porque ele aparecia praticamente  no inicio do Outono, exatamente quando chegavam também as primeiras chuvas! 
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terça-feira, 22 de maio de 2018

Boletim 71

BOLETIM 71
Maio de 2018


- O amolador de tesouras
          por Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira

- SENDIM - Vila histórica...
          por Carlos Soeiro Cravo

- Carreira de Aldeia
          por Jorge Santos

- Sendim acordou gelada
          por Sérgio Rodrigues