AMOLADOR
DE TESOURAS
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira
Como este ano o inverno foi muito seco, já toda a
gente reclamava a água, até as barragens
estavam secas, porque ainda não tinham chegado essas chuvas invernais da época.
Mas toda a vida ouvi dizer: a chuva e a morte não deve de ser desejada e tarde
é o que nunca vem.
Só depois que entrou a primavera é que chegaram as
tempestades, que até lhe estão a pôr o nome de pessoas (e já vai na Irene!).
Pois estamos atravessar uma época de chuvas torrenciais e grandes ventanias.
Tem havido grande destruição de árvores,
umas arrancadas pela raiz, outras grossas pernadas que partiram, até os
postes dos telefones e eletricidade têm partido e caído nos caminhos!
O que levou grande destruição com estes ventos
todos, foram os guarda-chuvas ou seja,
os sombreiros, como lhe queiram chamar. Viravam-se todos com o vento e a maior
parte deles partiram as varas e acabaram por ir para o lixo!...
Então, eu lembrei-me de publicar, mais esta
recordação do meu tempo de criança, para assim ficar registado. E as pessoas
que lerem, possam também recordar como eu estas lindas e antigas tradições que
deixaram muitas saudades.
Quem
se lembra do Amolador de Tesouras?
Afiador
de facas e navalhas?
E
peneireiro de peneiras e guarda-chuvas?
(...)
“-
Amolam-se tesouras, facas e navalhas.. Amolam-se tesouras, facas e navalhas…”
Esta era a frase com que o amolador anunciava a sua chegada e
juntamente com o caraterístico som de
uma gaita, que já há muito está caído no esquecimento do nosso povo. Era um
instrumento musical próprio, uma gaita de beiços especial, muito parecida com
um realejo ou pífaro de 5 canos, que o amolador tocava à sua chegada e que já
era conhecido dos clientes. Essa música era uma melodia própria, um pregão
musical, para anunciar aos clientes a sua chegada.
(...)
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