A TERRA ONDE NASCI
Dois
elementos da A.R.T.T. tiveram a gentileza
de me contactar convidando‑ me a escrever algo sobre a minha terra natal
(Aldeia de Sendim). Devo dizer que foi com muito gosto que recebi o seu amável
convite e desde logo lhes manifestei a minha inteira disponibilidade, embora eu
não consiga nem possa expressar por palavras o que me vai na alma a respeito da
terra que me viu nascer e crescer, que me criou como só uma verdadeira mãe
extremosa cria o seu filho amado oferecendo-me todo o seu amor maternal, que
sempre me protegeu como aliás protegeu e continua a proteger todos os seus
filhos presentes e ausentes, ainda que longe do seu seio, eles continuam a
sentir o calor do seu coração.
Foi nessa
terra abençoada de Santa Maria que vivi inolvidáveis anos da minha juventude, e
é com profunda saudade que ainda hoje recordo alguns
momentos que só a morte poderá apagar da minha memória, ao debruçar‑me sobre o
passado de olhos fitos no abstrato, meu pensamento tropeça a cada tope em tão
gratas recordações que me levam a citar o grande poeta português (Luís de
Camões), enquanto houver no mundo Saudade... Quero que seja sempre
celebrada.
E depois de
abrir minha alma de par em par e dar voz ao sentimento, que mais
poderei eu dizer da deusa que todos os dias contemplo pela manhã, alegre, sorridente
e descontraída no escarpado da serra espreguiçando-se nos seus braços. Quando a
olho fico deslumbrado com o seu encanto, mas sinto uma angústia tão grande no
meu peito que quase me sufoca, ao lembrar‑me que o berço que me embalou ao nascer,
não será certamente aquele que me embalará quando chegar a minha hora de
adormecer.
E para
finalizar, só me resta dizer-lhe: Bem
haja ó Terra Mãe por me dares a honra de ser vosso filho.
NOSTALGIA
Apaga-se a luz dos olhos meus, é
quase noite
O verde sonho
que embalei já se adormece
Quem
porventura mo diria se soubesse
Um refúgio aonde
minha dor se acoite
Nefasta
dor que a angústia torna dolorosa
Quando do leito
de enferma chaga se levanta
Enquanto a voz
se me soltar da garganta
Hei-de cantar-te
á minha Terra, á Mãe ditosa
No
teu regaço depus a flor da mocidade
Com minh'alma a sangrar
de mágoa cheia
Aos teus pés jurei amar-te eternamente
No
meu peito ficou prostrada a saudade
Lembrando o
tempo que vivi na minha Aldeia
E que o destino encurtou tão cruelmente.
99/04/06
Ilídio Coelho
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