Homenagem à Dona Arminda
Homenagem à Dona Arminda
por: Paulo Monteiro
Faleceu no dia 1 de Março (de 2000) a antiga professora
do Ensino Primário Dona Arminda da Conceição Carvalho, conhecida por toda a
gente da nossa terra como a Dona Arminda. Na última homenagem que lhe foi
prestada, durante a missa de corpo presente, a sua colega e amiga Dona Laura
Sequeira proferiu as seguintes palavras:
“Educadora sublime, esposa exemplar, mãe extremosa,
colega prestável, amiga sincera — era assim a
Senhora Dona Arminda.
Quarenta e dois anos ao serviço da educação. Desde a
Escola de Pinheiros até à Escola de Sendim, passando pela Granjinha e Guedieiros,
quantos dos que aqui estão presentes e que passaram pelas suas mãos não
recordam aquela Senhora que tão bem os preparou para a vida. Não falo só nos
conhecimentos que lhe era imposto ministrar aos seus alunos, mas também na
formação que ao mesmo tempo lhes incutia, para que, a exemplo dela, fossem pessoas
de bem, bem formadas que pensassem mais nos outros do que em si próprios.
Vemos esta educação nos seus filhos, que ela tanto
adorava e tanto admirava. Ninguém tinha uns filhos como ela e tinha razão. Uns
filhos que tanto lhe quiseram, que a adoravam e que ela educou para em primeiro
lugar respeitarem os outros e atenderem às necessidades do próximo e só depois
se lembrarem de si mesmos.
Sempre amiga, sempre bem-disposta,
contagiava-nos com a sua boa disposição. Com o seu humor espontâneo, levava-nos
a colaborar nas suas graças. Nunca da sua boca saiu um maldizer, pois para ela
ninguém tinha defeitos, só virtudes.
Católica praticante, recordo-a aqui
nesta capela, enquanto teve saúde para aqui vir, no seu lugar no segundo banco
do lado esquerdo, a assistir à missa sempre com o terço na mão como prova da
sua devoção a Nossa Senhora. Era presidente do Movimento do Apostolado da
Oração.
Hoje não é só a família que fica mais pobre, mas também todos os
que aqui estão, pois perderam uma sincera amiga. Fiquemos com o seu exemplo de vida para podermos ultrapassar o
desgosto desta perda.”
Este improviso de linguagem
simples e acessível, mas cheia de sentimentos, tocou o coração dos presentes
que, emocionados, não puderam conter as lágrimas que lhes caiam pelos rostos,
testemunhando o que lhes ia na alma.
A A. R. T. T. junta-se à
homenagem prestada a quem tanto fez pelos filhos da nossa terra.
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