A Vila de Sendim
Por: Pedro
Teixeira
ano de 2001
A 12 de Julho de 2001 Sendim foi elevada à categoria de
vila. A este propósito cabe-nos, agora, fazer o historial da antiga vila de Sendim.
Como refere Luís de Freitas, “vila de
Sendim leve a sua câmara, juiz ordinario e companhia de ordenanças cujo capitão
era sujeito ao capitão-mor de Paredes da Beira”.
O mesmo autor prossegue. O padre Carvalho diz que Sendim terá tido carta de
foral em 1250, dada por D. Afonso III, tal como se encontra documentado nos
Arquivos da Torre do Tombo. Por ter tido carta de foral, Sendim era importante
terra dessa época. Pois só estas assim eram consideradas.
Continua o autor, “as famílias
Soeiros e Regos tinham provisão para a eleição das justiças das terras se não fizesse
sem ambas serem ouvidas”. Era o poder judicial entre as mais importantes famílias
da vila. Este tipo de poder era simbolizado pelo pelourinho, relevante ícon da
justiça municipal. Ainda o temos em excelente estado de conservação.
Existiam nesta
freguesia casas apalaçadas de nobres famílias, como ainda é de destacar a dos
Gouveia Couraça, no lugar de Paço, que recentemente foi adquirida por Sua
Excelência o Sr. Embaixador José Cornélio da Silva, com grande sensibilidade
para a conservação dessa residência. Essa habitação possui o brazão dessa família
Gouveia Couraça. Em frente dela também existe outra que se julga terá
pertencido ao Paço Episcopal.
Pinho Leal também
fala destas famílias. “Os Soeiros foram
padroeiros da Egreja e ainda tinham banco para se sentarem na Capela-Mor e
sepultura. Deste é herdeira a Viscondessa de Anadia, por seu avô, e tinha casa
em Sendim e muitas fazendas”.
“Francisco Amador
de Sampaio e Silva tinha um Morgado em Sendim; e dos Regos descende D. Ana
Izabel Pimentel de Castro Rêgo, assistente em Paço de Aldeia com seu marido
Jacinto Xavier d’Aragão que foi oficial de Vedoria, muito hábil no desenho, pintura
e toda a casta de engenharia.” E de muitas e mais variadas famílias nobres
dá testemunho Pinho Leal no seu Portugal Antigo e Moderno.
A casa do Antigo
Tribunal ainda existe, sendo, agora, residência particular. Da Antiga Câmara é
que só subsiste, com muita pena nossa, o portal de origem, junto ao pelourinho.
O concelho de
Sendim foi extinto em 1834, julga-se, resultante da reforma administrativa de
Mouzinho da Silveira, sendo anexadas ao de Tabuaço as freguesias de Sendim,
Paradela. Arcos e Nagosa, passando mais tarde, esta última para o concelho de
Moimenta da Beira.
Sendim pertenceu
sucessivamente às comarcas de Pinhel, Trancoso, Armamar e Tabuaço.
Pedro Teixeira
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