segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Boletim 50 - FRUTO DA ÉPOCA


Fruto da época

Texto e fotos de Jorge Santos




O frio, fruto da época, regressa ao concelho após curtas férias de Verão. Residente habitual destas paragens, por aqui anda 9 meses como a sabedoria popular o testemunha: “Nove meses de Inverno e três de Inferno”. Desde sempre os Tabuacenses souberam conviver com este vizinho de grande temperamento, se para alguns era dispensável tal vizinhança, para outros, que da terra tiram o sustento, é respeitada mas, há aqueles que movidos por uma curiosidade juvenil ou de descoberta, encontram em algumas manifestações do frio motivos para o desenvolvimento de actividades de recreio e contemplação nomeadamente com a neve e o gelo.

A geada não usufrui de tão grande fama porque quando o Sol se torna mais preguiçoso, é a primeira aparecer e anuncia que o tempo quente já lá vai. Assim, após as noites limpas e frias, como por encantamento, o dia desperta com uma pequena camada de cristais de gelo cobrindo toda a superfície. Se nalguns locais ela dissipa-se com os primeiros raios de Sol, noutros locais mais abrigados e sombrios, e quando o rigor do inverno se faz sentir, a geada acumula-se em camadas sobre camadas parecendo um pequeno nevão. Para os mais atentos a geada apresenta-se com um artífice joalheiro na forma como veste as plantas de pequenos cristais. Uma oportunidade para observar plantas e outros pormenores com aspectos curiosos.

Mas se nevar, quem não resiste em vasculhar em redor e apreciar a obra desse monocromático artista, que por vezes premeia os olhos de quem vive ou está de visita à região. Se for o caso procure registar fotograficamente planos das nossas paisagens e locais da memória colectiva, com igrejas, capelas, fontes, pelourinhos, etc.

O gelo não deixa de exigir os seus créditos quase todos os anos na zona mais serrana.
Acumulado sobre a forma de sincelo, manifestação de tempo mais austero, embora mais raro, também constitui um aspecto interessante do inverno. Procure registar onde este fenómeno é mais expressivo, como por exemplo nos ramos das árvores contrastando com um fundo que o faça realçar.

 Podemos desta forma encontrar uma óptima ocupação dos nossos tempos livres ultrapassando os, supostamente poucos interessantes, dias de inverno.

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