terça-feira, 24 de julho de 2018

BOLETIM 72

Boletim 72
julho de 2018

- UM MEMORIAM
FERNANDO LICÍNIO CARDOSO TEIXEIRA
          por Rogério Teixeira

- LEONOR
“FAÇO ANOS NA VÉSPERA DE S. JOÃO”
          por Jorge Santos

- SENDIM
– VILA HISTÓRICA…
          por Carlos Cravo

MAIS UMA VEZ QUE SENDIM BRILHOU
Marchas de São João de Tabuaço
          por Lisete Coelho Ferreira

XVI FEIRA DE PRODUTOS TRADICIONAIS
          por Carlos Cravo

segunda-feira, 28 de maio de 2018

LENDAS DA NOSSA TERRA - Boletins Antigos - Nº 9


Lendas da nossa Terra
António de Távora, Verão de 2002



            No caminho que vai para a Quinta do Jardim a seguir ao Polameiro do lado direito encontram-se uns penedos com uma forma estranha que desperta a atenção a qualquer pessoa que ali passa. Dizem que nem sempre aquela pedra de aspeto escultórico esteve ali. Conta-se que um dia uma velha vinha da Serra com um molho de lenha à cabeça, sentou-se naquele lugar e de imediato um repentino feitiço se deu. Uma faísca caída do Céu bateu naquele lugar. O estrondo abalou toda a aldeia e uma fumaça brotou daquele sítio, branca como a neve e quente como lume. As pessoas que ali perto estavam e os que mais perto moravam, correram curiosos àquele sitio. Surpreendidos e espantados depararam boquiabertos com aquela figura de pedra. A velha tinha-se transformado em penedo e ninguém até hoje foi capaz de desfazer aquele feitiço.
        De vez em quando dizem que se ouvem gritos vindos da Serra e que algumas chamas ali aparecem. Serão os gritos da velha!?
        Todos sabemos que muitas chamas têm queimado a Serra, principalmente nos dias de Verão. Será a velha ou alguém anda a tentar acabar com o feitiço?


sábado, 26 de maio de 2018

SENDIM ACORDOU GELADA - Boletim 71


Sendim acordou gelada

Presidente da Junta de Sendim

Sérgio Rodrigues




Apesar dos avisos da comunicação social, em que a tempestade David ia ser de muita chuva, ventos fortes e frio, pensamos sempre, que é para os outos, mas desta vez também caiu sobre nós.
No dia 28 de Fevereiro Sendim acordou às escuras pois a energia tinha falhado por volta da 01h00 da manhã e só voltou por volta das 20h00.
(...)




sexta-feira, 25 de maio de 2018

CARREIRA DE ALDEIA - Boletim 71


Carreira de Aldeia
Por: Jorge Santos



Via que faz a ligação da Vila de Sendim, no lugar anteriormente designado de Aldeia de Sendim, a Arcos, no estremo sul do concelho de Tabuaço.
(...)



Em primeiro plano de um vasto horizonte situa-se a quinta do Bom Jardim, terá sido uma imponente propriedade desta via, agora em ruinas e ao abandono. Conserva ainda uma majestosa fonte de água corrente e, de entre várias ruinas, destaca-se um pombal construído em 1935. Outros interesses desta via são a Fonte do Polameiro e a Cabeça da Velha à qual está associada uma lenda.
(...)



Não tendo a grande importância de outrora a “Carreira de Aldeia” apresenta agora outras perspetivas de interesse a todos que desejem conhecer ou revisitar o sul do concelho de Tabuaço. Onde se destaca uma calçada antiga, que pelas suas caraterísticas e longevidade, reflete técnica herdada do período Romano e a beleza paisagística na transição serrana entre dois vales, património construído e humanizado.



quinta-feira, 24 de maio de 2018

Sendim - Vila Histórica... (1ª parte) - Boletim 71


SENDIM – Vila Histórica…
1ª PARTE
Por: Carlos Soeiro Cravo
(In: “Banda de Música de Sendim 1980-2005,  25 anos” – 2005)



         Sandim (século XIV)
         Sindim (até inícios do séc. XX)
         Sendim (actualmente)

Sendim é Vila desde 2001 por decreto aprovado na Assembleia da República a 19 de Abril e promulgado pelo Presidente da República a 12 de Julho do mesmo ano. Tem uma vasta e riquíssima história que a elevam a uma das mais valiosas povoações do Alto Douro. Freguesia do Concelho de Tabuaço, constituía pelos lugares de Sendim, Aldeia e as anexas de Guedieiros e Cabriz, demarca-se localizada num ponto de charneira entre a região beirã e duriense. Ficava-lhe muito bem uma designação do género “Portas do Douro” ou “Portal do Alto-Douro”.
(...)



         Sem dúvida que o Vale de Sendim é um lugar onde qualquer leigo pode observar grande quantidade de vestígios romanos, como tégulas[1], fontes, construções em ruínas, peças de cerâmica, um lagar de azeite, um templete ou altar romano, vestígios de atividade de fundição de metais… Talvez com escavações ordenadas e orientadas por uma equipa de técnicos arqueólogos pusesse a descoberto o muito que deve haver a desvendar, tirando as dúvidas às hipóteses da importância romana deste lugar, não só no ponto de vista regional, mas também no plano nacional como adiantaram os técnicos da ARQUEOHOJE!




[1] “Tégulas – telhas romanas de formato inconfundível” Fernando Carlos Teixeira in “SENDIM Caminhos Históricos – Roteiro” (1999)
(...)






Mas “em 985 Al-Mançor, califa de Córdova, alcançaria estes sítios, martirizando os religiosos de dois mosteiros que ali houve, fundados no primeiro século do cristianismo.[1] Eram os sarracenos que invadiam rápida e devastadoramente a Península Ibérica, perante a inerte e inexistente resistência militar da pacífica monarquia cristã Suevo-Visigótica.



[1] Luiz de Feitas in “Taboaço Notas & Lendas” (1915), reedição da Câmara Municipal de Tabuaço (1997), pág. 60








quarta-feira, 23 de maio de 2018

Amolador de Tesouras - Boletim 71


AMOLADOR DE TESOURAS
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira




Como este ano o inverno foi muito seco, já toda a gente reclamava a água,  até as barragens estavam secas, porque ainda não tinham chegado essas chuvas invernais da época. Mas toda a vida ouvi dizer: a chuva e a morte não deve de ser desejada e tarde é o que nunca vem.
Só depois que entrou a primavera é que chegaram as tempestades, que até lhe estão a pôr o nome de pessoas (e já vai na Irene!). Pois estamos atravessar uma época de chuvas torrenciais e grandes ventanias. Tem havido grande destruição de árvores,  umas arrancadas pela raiz, outras grossas pernadas que partiram, até os postes dos telefones e eletricidade têm partido e caído nos caminhos!
O que levou grande destruição com estes ventos todos, foram os  guarda-chuvas ou seja, os sombreiros, como lhe queiram chamar. Viravam-se todos com o vento e a maior parte deles partiram as varas e acabaram por ir para o lixo!...      
Então, eu lembrei-me de publicar, mais esta recordação do meu tempo de criança, para assim ficar registado. E as pessoas que lerem, possam também recordar como eu estas lindas e antigas tradições que deixaram muitas saudades. 

Quem se lembra do Amolador de Tesouras?
Afiador de facas e navalhas?
E peneireiro de peneiras e guarda-chuvas?
(...)



“- Amolam-se tesouras, facas e navalhas.. Amolam-se tesouras, facas e navalhas…”

  Esta era a frase com que o amolador anunciava a sua chegada e juntamente  com o caraterístico som de uma gaita, que já há muito está caído no esquecimento do nosso povo. Era um instrumento musical próprio, uma gaita de beiços especial, muito parecida com um realejo ou pífaro de 5 canos, que o amolador tocava à sua chegada e que já era conhecido dos clientes. Essa música era uma melodia própria, um pregão musical, para anunciar aos clientes a sua chegada.  
(...)



 Quando ele chegava, o povo dizia que ele adivinhava chuva! Mas em minha opinião o aparecimento do amolador e a chegada da chuva na mesma altura era por mera coincidência, porque ele aparecia praticamente  no inicio do Outono, exatamente quando chegavam também as primeiras chuvas! 
(...)



terça-feira, 22 de maio de 2018

Boletim 71

BOLETIM 71
Maio de 2018


- O amolador de tesouras
          por Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira

- SENDIM - Vila histórica...
          por Carlos Soeiro Cravo

- Carreira de Aldeia
          por Jorge Santos

- Sendim acordou gelada
          por Sérgio Rodrigues

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Visita a Sendim do Sr. Prof. Dr. José Hermano Saraiva - Boletins antigos (Nº 9)


VISITA A SENDIM DO
Sr. Prof. Dr. José Hermano Saraiva
(ano de 2002)



      No dia 20 de Junho de 2002 tivemos a visita do ilustre Prof. Dr. José Hermano Saraiva.
      Tendo almoçado no Restaurante «A Tarraxa», dirigiu-se, pelas 15:30 para o lugar de Sendim. Aí foram feitas filmagens à Igreja Matriz e ao Pelourinho, comentados pelo Sr. Professor.



      A receção foi feita por Pedro Teixeira, membro da ARTT, licenciado em História — variante Arqueologia, que terá esclarecido o Sr. Professor de algumas dúvidas. Pedro Teixeira foi fotografado junto do Sr. Professor.
      O Sr. Professor apreciou bastante a Igreja, nomeadamente o seu pórtico de entrada. Reparou na falta do motivo escultórico, situado superiormente à porta… Soube que se tratava de uma escultura de um pelicano, que se encontra guardada na sacristia da igreja. Referiu que deveria ser lá colocado.
      O Professor José Hermano Saraiva apreciou bastante as publicação da ARTT: Boletim Amigos da Região Tedo — Tóvora, Roteiro e Postais.
      Depois da sua visita ficamos na expectativa do programa a passar na RTP... A região foi retratada segundo os elementos históricos e arqueológicos mais conhecidos, sendo a nossa terra representada pela Igreja Matriz e o Pelourinho manuelino de Sendim. Muitos outros elementos importantes do nosso património local ficaram, no entanto, por mostrar. Talvez noutro programa, apenas dedicado à nossa Vila, seja possível mostrar todo o esplendor dos nossos monumentos e paisagens…

A direção da ARTT


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Festa à Nossa Senhora do Bom Despacho (2002) - Boletins antigos (nº 9)

FESTA EM HONRA DA NOSSA SENHORA DO BOM DESPACHO NA VILA DE SENDIM
Por: Maria Laura Sequeira
(ano de 2002)



             Realizou-se esta festa nos dias 14 e 15 de Agosto, este ano por iniciativa do Conselho Económico da Igreja de Sendim.
             Foi uma festa simples, com a finalidade de angariar dinheiro para a restauração da nossa igreja, mas que proporcionou a todos aqueles a que a ela assistiram momentos de alegria e diversão.
             No dia 14 à tarde a Banda Musical de Sendim percorreu as ruas da nossa vila, animando desde logo os habitantes com a sua sempre apreciada atuação. À noite para animar as gentes até à hora do arraial houve um grandioso baile abrilhantado pelo conjunto «Banda Gota d’Água». Às 24 horas a noite iluminou-se com uma grandiosa partida de fogo do artifício – era o arraial.
             No dia 15 às 7 horas a povoação acordou com uma salva de morteiros, seguindo-se a arruada com a Banda Musical de Sendim que animou as principais ruas da vila. Às 10 horas saiu da lgreja Matriz uma grandiosa procissão, onde além do pálio, iam os estandartes, dezassete andores em cima de tratores e numerosas figuras bíblicas que ao som de temas religiosos executados pela Banda de Sendim percorreu as ruas da vila até ao recinto da Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho. Aí, houve missa campal cantada pela Banda e sermão. Da parte da tarde e ainda no recinto de Nossa Senhora do Bom Despacho, assistimos a um brilhante concerto pela nossa Banda, que pôs muitos romeiros a dançar até mesmo à tardinha.
             À noite as diversões continuaram e muita gente dançou animadamente ao som do grupo musical «Diversão». Penso que Sendim está de parabéns.
             Qual o motivo da escolha do dia 15 de Agosto? É que não existe no calendário litúrgico um dia próprio para a veneração da Nossa Senhora do Bom Despacho e como o dia 15 é o dia das sete Senhoras é portanto também o dia d’Ela.
             Além desta motivo, foi também para aproveitar a estadia dos emigrantes e dos migrantes que têm uma enorme devoção à Nossa Senhora do Bom Despacho, pois que não vão para outras terras sem que primeiro passem pela capelinha e pedir à Senhora que os abençoe durante a sua ausência, e quando regressam, lá vão eles agradecer as graças que lhes concedeu o a sua proteção.
             Penso que a Nossa Senhora do Bom Despacho é para os emigrantes das nossas redondezas, como a Nossa Senhora de Fátima é pra os emigrantes de Portugal.



             No dia 15 de Setembro, dia da nossa padroeira, Nossa Senhora do Pranto, realizou-­se também uma linda festa. A procissão saiu da capela de S. Miguel e recolheu na Igreja Matriz onde foi celebrada missa e sermão. A nossa Banda Musical participou na missa e na procissão.
             É de salientar a representação da Associação Lar da Terceira Idade em ambas as festas, com um andor na procissão. Exemplo a seguir por outras associações.

                                                   Maria Laura Sequeira

EDITORIAL - Boletins antigos (nº 9)

EDITORIAL
Boletim nº 9
ano de 2002


domingo, 11 de fevereiro de 2018

Auto de Natal - Bol. 70

Auto de Natal
Por: Sérgio Rodrigues



(texto na íntegra)
Após uma semana de um trabalho intenso, para que no dia 23 de Dezembro os intervenientes e o público tivessem as melhores condições. O resultado foi um cenário magnífico, que pôde ser contemplado por perto de 300 pessoas.
Pelas 21h30 a Banda de Música de Sendim dá início, tocando uma música de Natal.
A peça de teatro Auto de Natal começou. Os atores do grupo de teatro amador de Tabuaço “TEATRAÇO” começam a subir ao palco e a representar o nascimento do menino Jesus. O público jubilou e não tirou os olhos dos diferentes cenários, durante os 60 minutos em que o grupo do TEATRAÇO nos presenteou.
No final os elementos da Junta de Freguesia de Sendim, ofereceram uma prenda às crianças do Jardim de Infância e Primeiro Ciclo desta Freguesia.






Agradecimentos: Câmara Municipal de Tabuaço, Banda de Musica de Sendim, Grupo amador de teatro “TEATRAÇO”, Maria Pedruco, Rui Costa Carvalho, Jorge Santos, Jorge Soeiro, Luís Oliveira, Alfredo Basílio, Mário Santos, a todas as pessoas que disponibilizaram material para a decoração e aos que trabalharam no cenário.
Um muito obrigado ao público que compareceu em massa.   
Desejo-vos um ano de 2018 cheio de Paz, Saúde e Amor.

Presidente da Junta de Sendim

Sérgio Rodrigues







José Augusto Coelho - IV - Bol. 70

José Augusto Coelho - IV
Por: Paulo Monteiro 


 CONTINUAÇÃO
“O formato do livro deve ser elegante e prático”
“Em todo ele deve dominar uma rigorosa coerência, gráfica e ortográfica”
“A página não deve oferecer o aspecto de um todo compacto”
“As linhas devem ser espaçadas e faiadas”
“Deve ser confecionado de maneira a ser metodicamente dividido com toda a clareza e nitidez, em partes, secções, subsecções e capítulos, etc”
“Tais são, em resumo, as condições – interiores e exteriores – que devem caracterizar o livro de ensino”

José Augusto Coelho
(...)
(...)
A amizade e estima pessoal entre estes dois homens manter-se-ia em anos vindouros, como testemunha a correspondência trocada entre Lopo de Miranda (como promotor de uma homenagem a José Augusto Coelho) e Bernardino Machado.  Essa correspondência teria como objectivo obter apoios para um monumento de homenagem a José Augusto Coelho.   

SANTA LUZIA DE SENDIM -Bol. 70

SANTA LUZIA DE SENDIM
Maior o recinto e maior a Romaria
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira




Este ano a Festa de Santa Luzia teve mudanças e progresso…
Tal como já vem sendo hábito, desde o tempo do Senhor Padre Dinis, o dia da festa de Santa Luzia foi alterado. No dia 13 que era o dia dela, como calhou no meio da semana, só teve missa e sermão, a festa passou para o domingo seguinte, este ano dia 17.
Mais romeiros e mesmo mais feirantes estiveram este ano na Romaria. Logo pela manhã se apresentou um dia espetacular para a época. Um dia quentinho, com um sol maravilhoso, mostrando o lindo céu azul a todos os devotos da Milagrosa Santa Luzia, tornando um dia agradável e assim os romeiros aguentaram-se lá até à noite.

As pessoas que foram de manhã, logo que chegaram e como já é costume, fizeram a romaria à Capela e de seguida visitaram os feirantes, fazendo as suas compras. À hora da Eucaristia, que este ano foi celebrada, pela primeira vez, por o Senhor Padre Diamantino, nosso Pároco atual, que por sua vontade própria, alterou a Procissão da festa para depois da missa.
(...)











 De há um ano para cá o maior desejo de alguns elementos do Conselho Económico era comprarem o terreno que estava à venda em frente à Capela. Não têm conta as vezes que foram a Arcos para fazerem o negócio. A compra daquele terreno é uma mais valia para a Paróquia de Sendim, porque naquele sítio não podiam deixar lá meter ninguém, porque podia trazer problemas para a Capela.  Havia uma pessoa em Arcos interessada nessa compra, mas era para lá plantar castanheiros ou eucaliptos. Só vinha trazer lixeira para o recinto da Festa, com os ouriços, as folhas e as possibilidades de incêndios. Como já não têm lugares no recinto para os feirantes, que vêm fazer a feira nesse dia da festa e nem para estacionamentos dos carros,  têm que alargar o recinto para poderem entrar mais feirantes, visto ser o único rendimento que tem a paróquia.
Aquele terreno, por coincidência, antigamente já foi de Sendim. Por isso as pessoas de Arcos têm vindo sempre a dizer que a capela de Santa Luzia lhes pertencia, porque está construída em terrenos de Arcos, mas o que eles não sabem é que estes terrenos já foram todos de Sendim. Contava-me a minha avó que os seus antepassados lhe contaram, que antigamente havia uma família muito rica em Arcos. Emprestavam dinheiros a juros, mas ficavam com os terrenos em troca, até pagarem o dinheiro pedido. E em Sendim havia umas famílias muito pobres mas que tinham ali os seus terrenos. Foram a Arcos pedir dinheiro emprestado, mas como o tempo estava difícil e nunca arranjaram o dinheiro para pagar os juros e o empréstimo, lá ficaram os terrenos para sempre com a gente de Arcos.
 Mas o que interessa é que a Capela tem as portas viradas para Sendim e não para Arcos, que era essa lei naquele tempo, senão fosse essa lei também a porta lateral do lado, estaria virada para Arcos, para entrar o sol e não fizeram isso.
Os antigos diziam que os Sendinenses construíam as Capelas no limite do território e é verdade, que o limite territorial das finanças ainda hoje é  na linha de agua que passa ao fundo.
Sendo assim o terreno acabado de comprar já foi de Sendim, depois passou a ser de Arcos e agora foi recuperado novamente para Sendim e chega mesmo à divisão do território.
Esta compra veio dar mais espaço ao recinto da Santa Luzia, apesar de ainda não terem o dinheiro todo para acabar de o pagar, mas já há algumas ofertas. Por isso amigo leitor ou leitora, a Santa Luzia conta com a vossa colaboração para tal e Ela vos agradecerá, guardando os vossos olhinhos até ao fim da vida.

                                       Milagrosa Santa Luzia
                                       Da paróquia de Sendim
                                       Guardai os nossos olhos
                                       De  todo o mal ruim…