terça-feira, 16 de junho de 2015

A VERDADEIRA VIDA DE S. MARCOS - Bol. 59

A VERDADEIRA VIDA DE S. MARCOS
Por Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira




(texto na íntegra)
O Evangelista São Marcos (João Marcos) era hebreu de origem, foi um dos primeiros discípulos de São Pedro. A mãe de São Marcos, Maria, proprietária de uma casa em Jerusalém, onde os cristãos realizavam suas reuniões, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio são Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém.
         Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espirito Santo, após a ressurreição.
         Seu apostolado é intimamente ligado também ao de São Paulo, em Roma, onde desenvolveu um zelo e atividade apostólicos tais, que seu Chefe desejou tê-lo sempre em sua companhia. Em Roma teve São Marcos o prazer de ver os belos frutos, que a prega­ção do príncipe dos Apóstolos produzira, crescendo dia por dia o número dos que pediam o santo Batismo. Durante sua ausência, São Pedro confiou a São Marcos a vigilância sobre a jovem Igreja.
Atendendo ao insistente pedido dos primeiros cristãos de Roma, de deixar-lhes um documento escrito, que contivesse tudo que da sua boca (de São Pedro) ouviram da vida, da dou­trina, dos milagres e da morte de Jesus Cristo, São Marcos escreveu o Evangelho que lhe traz o nome, dos quatro Evangelhos o mais curto e por assim dizer, o mais incompleto; não contém a história da Infância de Cristo, nem o sermão da montanha. São Pedro leu-o apro­vou-o e recomendou aos cristãos que dele fizessem a leitura.
Depois de ter passado alguns anos em Roma, São Marcos pregou o Evangelho na ilha de Chipre, no Egito e nos países vizinhos. As conversões produzidas por esta pregação contavam-se aos milhares. São Marcos trabalhou 19 anos em Alexandria, onde a Igreja chegou a um estado de extraordinário esplendor. Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando começou, então, a preparar o segundo evangelho.
Nessa piedosa cidade, prestou serviço também a são Paulo, em sua primeira prisão. Tanto que, quando foi preso pela segunda vez, Paulo escreveu a Timóteo e pediu que este trouxesse seu colaborador, no caso, Marcos, a Roma, para ajudá-lo no apostolado. O número dos cristãos cresceu de tal maneira, que para todos terem ocasião de assistir ao santo sacrifício da Missa e à pregação, foi necessária destacar um número de casas bem grande onde se pudessem reunir. Os seus inimigos e de Cris­to, estavam conspirando contra sua vida, e, prevendo uma perseguição, na qual muitos cristãos poderiam não ter a força de perseverar na fé, ausentou-se da cidade. Dois anos durou essa ausência. Ao voltar, havia uma grande festa, que os pagãos celebravam a oferta da vida do Galileu: por este no­me era conhecido o grande evangelista. Imediatamente se puseram a caminho em busca de São Marcos. São Marcos estava celebrando os Santos Mistérios, quando a horda sequiosa do seu sangue, entrou. Prenderam-no colocaram uma corda em volta do pescoço de São Marcos e depois arrastaram-no por toda a cidade. O sangue corria sobre as pedras, e sua carne foi rasgada aos poucos que ele deitou-se sobre o pavimento todo ensanguentado. Após isso, colocaram-no na prisão, onde um anjo veio para consolá-lo. Além desta teve a aparição de Deus Nosso Senhor, da maneira por que muitas vezes o tinha visto durante a vida mortal e disse-lhe: “Marcos, a paz seja contigo”. Es­tas, como as palavras do Anjo, encheram a alma do Mártir de grande consolo e ânimo. O dia seguinte, 25 de abril, foi o dia do martírio. Os pagãos maltratavam-no de um modo tal que morreu no meio das crueldades. As últimas palavras que proferiu foram: “Em vossas mãos encomendo o meu espírito”.




        Os pagãos quiseram incinerar-lhe o corpo. Uma fortíssima tempestade, que sobreveio, frustrou-lhes os planos e forneceu aos cristãos, ocasião de tirar o corpo e dar lhe honesta sepultura, numa rocha em Bucoles.
         Em 815 foram as relíquias de São Marcos transportadas para Veneza, onde ainda se acham. O leão é o símbolo deste evangelista, que inicia seu Evangelho com estas palavras:

“Voz daquele que clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor”


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