LUGAR DOS ASSOCIADOS
(...)
Barreiro-Novembro de 2012
Caros Conterrâneos,
Por ocasião do Boletim Nº 50
não queria deixar de vos felicitar por todo o trabalho desenvolvido em prol da
nossa Terra.
É com grande entusiasmo que
recebo notícias de Sendim, se bem que agora com a internet estamos mais a par
do que se passa, mas é muito bom receber notícias impressas, pois um livro é um
amigo.
Tenho todos os números
arquivados com muita estima e leio tudo de fio a pavio com muito interesse.
Como é uma edição especial,
gostaria de partilhar convosco algumas recordações da minha infância:
Nunca como agora se falou
tanto em crise, mas eu acho que crise mesmo a sério, foi nos tempos idos. (Deus
queira que não voltem!)
Os meus Pais contavam que no
tempo em que eles foram criados, se passava muita fome, mas parece que era
geral.
No tempo em que eu e meus
irmãos fomos criados já não sentimos isso, porque meus Pais tudo faziam para
que assim fosse.
O mesmo não posso dizer no
que respeita a ter brinquedos, por isso vou-vos contar um episódio que me
marcou para toda a vida pela positiva e negativa simultaneamente.
A minha avó Dolorosa tinha
umas primas em Lisboa que costumavam ir à Terra no Verão, ficando sempre em
casa de outras primas, a Senhora Corina que era costureira. Essas primas de
Lisboa costumavam levar-nos alguns brinquedos.
Houve um ano em que a prima Alice
levou uma boneca, que me encheu de felicidade, pois eu não tinha nenhuma. A
boneca era quase do meu tamanho, visto eu ser ainda pequenina! Eu levava a
minha querida boneca pela mão quando vinha para a rua. Éramos inseparáveis...
Um dia tive a infeliz ideia
de ir com ela até á Fonte da Caseira que é ao fundo da minha rua e lá dei banho
à minha boneca. Qual não foi o meu espanto!!! A minha boneca estava a
desfazer-se! Ninguém me tinha avisado que não a podia molhar porque era de
papelão. Já podem imaginar o meu pranto desde a fonte até casa. Foi o meu
primeiro desgosto, que me marcou profundamente.
Hoje qualquer criança tem
brinquedos, até demais, que acabam por já nem lhes ligar, eu vejo pelos meus
netos.
Nunca houve em casa nenhuma
tantos brinquedos e tantas roupas como nos dias de hoje!
Para não me alongar nas
minhas recordações deixo outras histórias para a próxima.
Resta-me desejar que o
Boletim continue por muitos anos, pois tem sido um sucesso.
Até sempre
Da Sendinense
Maria
Octávia Almeida Cravo (via correio
tradicional)
(...)
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