sábado, 18 de janeiro de 2014

Boletins Antigos - Nº 4 - 2000 - Uma personagem curiosa em Sendim, no século XIX

 Uma personagem curiosa em Sendim, no século XIX
 
 

       Em meados do Séc. XlX faleceu em Sendim um individuo de nome Christovam de Campos que, curiosamente terá sido um dos grandes malvados da Beira Alta, no ano de 1834.  
       Com boa casa e bastante instrução, frequentou o 3°Ano de Direito da Universidade de Coimbra, mas que abandonou devido àaua vida de constante e plena bacanal e com excessos de toda a casta.                               
       Devasso, ateu, imoral e turbolento. a sua casa foi, durante muitos uma das primeiras escolas  de desmoralização e impiedade desses tempos.                      
       Valente e rixoso, fazia parte de uma “alcateia" de valentões e desordeiros de Tabuaço, Moimenta  da Beira e Sendim, espancando e trucidando todos os que lhe apareciam pelo caminho, chegando a levar para as feiras e romarias, cargas de paus e espingardas, apenas com a intenção de maltratar todo o mundo! Este malvado foi administrador do concelho durante muitos anos!   
        Quem o visse e não o conhecesse, simpatizava com ele, porque esta "personagem" dava-se a conhecer como um perfeito cavalheiro, tratável e absequiador.  Mas isto eram apenas "intervalos lúcidos".
        Com esta vida da dissipações, deu cabo de grande parte da sua casa.                             
        Face a esta descrição de Pinho Leal (in ‘Portugal Antigo e Moderno”), seria porventura interessante saber onde se encontra sepultado Christovam de Campos. Não se encontrará no velho jazigo de granito existente no nosso cemitério? Já que esse sepulcro não possui identificação alguma. Não ficou Identificado porque foi uma pessoa  que não deixou recordações, devido ao elevado grau de malvadez? Ou estará enterrado no adro da Igreja? Local que se julgater sido o antigo cemitério. Qual terá sido a sua casa? Também seria interessante saber qual o edifício que terá servido de sua habitação.                                                                               
Pedro Teixeira              
Sendim, Fevereiro de 2000   
 

           
                            

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