domingo, 15 de maio de 2016

TRADIÇÕES DO TEMPO DA PÁSCOA - Bol 63

TRADIÇÕES  DO TEMPO DA PÁSCOA
Por: Maria Lisete Soeiro Coelho Ferreira




Apesar da Festa da Páscoa ser móvel, porque  nunca calha no mesmo dia, segundo diziam os antigos que era derivado às luas. É uma das festas mais bonita do ano para os Cristãos, porque a Páscoa é o fundamento da fé cristã, na qual se festeja a Ressurreição de Jesus.
(...)

DOMINGO DE RAMOS





        A criançada tinha uma tradição especial, porque “aconchavavam” com as pessoas crescidas, “engarranchavam” o dedo mendinho de cada um dizendo: “Aconchavar, aconchavar até dia de afolar eu rezo um Pai-Nosso e tu rezas uma Ave-Maria, reza…” Então mandavam-se  rezar uns aos outros durante a Quaresma e só terminava Sábado Aleluia, à meia-noite. mas o último a mandar rezar  até sábado à meia-noite é que  ganhava o Folar; mas até isso terminou!
         Os rapazes mais novos entretiam-se a jogar ao botão, ao feijão e ao pião. Os rapazes mais velhos jogavam ao pino, à bola e à «trinca-cevada». A «trinca-cevada» era assim: em fila punham as mãos nos joelhos e as costas levantadas; o último vinha e saltava por cima deles, um por um, até ao cabo. Chegando ao cabo, debruçava-se como os outros... e assim iam avançando até dar volta ao povo.
         As raparigas, por sua vez, jogavam o «panelinho». Era assim: punham-se em fila de costas umas para as outras. A da frente atirava com o panelinho de barro para a de trás, esta tinha que o agarrar; depois de atirar o panelo vinha para o final da fila, e era a vez da outra atirar o panelo. E assim iam progredindo até dar volta ao povo. Mas se a de trás se distraísse, o panelo caía ao chão e partia-se. Lá ficávamos nós com o jogo parado. Então tínhamos duas soluções: ou terminar com o jogo por aquele dia, ou então andarmos a pedir às "velhotas" outro panelo; tínhamos alturas em que era um panelo para cada rua!
(...)

IDA AO CALVÁRIO











E assim, o compasso iniciava a sua visita de casa em casa, aos ricos e aos pobres, aos doentes e aos velhinhos, levando uma palavra de amor, de conforto, de carinho e de amizade. Lá iam petiscando qualquer coisa de cada mesa onde entravam. Quando passavam para Aldeia, parava o sino da Igreja de Sendim e começava a repicar o sino da Capela de S. Miguel de Paço, e só deixavam de tocar quando terminava a Visita Pascal, que era sempre muito tarde, já noite.
As últimas casas já recebiam essa equipa à luz do candeeiro de petróleo, mas ninguém reclamava, pelo contrário, toda a gente estava feliz por receber em sua casa  a visita de Jesus Cristo. À Sua entrada toda a gente   cantava o hino de alegria, que era Aleluia!…Aleluia!…Aleluia!…
(...)

DOMINGO DE PÁSCOA











Sem comentários: