sábado, 25 de outubro de 2014

Encerramento das Escolas - bol. 57

ENCERRAMENTO DAS ESCOLAS
Por: Carlos Cravo


       É o fim da Escola. O fim da escola rural, da escola da aldeia, da escola da família… Onde as crianças das aldeias se sentiam protegidas, perto dos pais e da comunidade que conheciam, junto dos seus.
         A escola da vila, escola urbana, acaba com esta proteção, com esta familiaridade, com este acolhimento tão peculiar de uma criança se sentir segura, autoconfiante, aprendendo o mundo na aldeia que é sua e que a conhece desde que nasceu.
         Até aos dez anos uma criança precisa mais que tudo do apoio sociofamiliar, da proximidade da mãe ou da avó, depois disso tem tempo para se socializar em escolas urbanas e mais populosas.



O país urbano não difere muito das características sociais da vida urbana nos outros países da Europa e do Mundo. O que torna Portugal genuíno e peculiar são as gentes do interior, a vida da aldeia. Aqui reside a essência, a alma do País, aquilo que o distingue e o singulariza. É no mundo rural do interior que se encontra a substância primordial de um dos países mais antigos do Mundo. 


No futuro, Portugal vai perder aquilo que o torna tão próprio, genuíno e único: a vida nas aldeias, a sociedade rural. É o princípio do fim de Portugal!
Sendim, setembro de 2014
(texto na íntegra)


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