segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

VILA E AGORA... - boletins antigos - Bol. nº 7

VILA E AGORA...

     No âmbito deste tema, várias contradições e dúvidas nos aparecem de imediato. O despo­voamento do interior e dos núcleos rurais continua em progressão e parece imparável. Sabemos que é muito difícil nadar contra esta corrente, no entanto, a vontade dos homens e mulheres destes lugares muitas vezes é mais forte e o impossível acontece.




     É verdade que a velha Vila, não tem um multibanco, um posto médico, uma boa farmácia, comércio indústria, o fundamental que qualquer vila deve ter. Dai a contradição. Custa-nos saber que em outros tempos houve maior dinâmica e actividade. No entanto apesar das migrações, a nossa terra continuou, enquanto que outras desapareceram por completo. A nosso ver a nova Vila tem alguns trunfos que pode e deve utilizar. Um dos mais importantes são, a sua paisagem e o seu património. É esta a corrente a nosso favor. Se houver vontade política e soubermos aproveitar as construções dos nossos antepassados, os nossos caminhos antigos, muitos deles medievais e romanos, se soubermos melhorar os nossos conjuntos e núcleos urbanos, como Sendim, Aldeia, Paço, Guedieiros e Cabris, podemos atrair investimento exterior, ligado sobretudo ao turismo e agricultura.






  É necessário criar dinamismo e arriscar… Ser vila implica responsabilidade em cada um de nós, cada um tem de certo mais qualquer coisa a dar à comunidade, basta desenvolvermos aquilo que cada um de nós sabe fazer para o progresso e desenvolvimento se desenrolar espontaneamente... Imaginemos que todos aqueles que são oriundos destas terras regressavam... Como seria? Há que apostar também nessas pessoas, criar estratégias para as cativar.






         É NECESSARIO INVENTAR, É NECESSÁ­RIO SER EXIGENTE COM O PODER POLÍTICO E COM NÓS MESMOS. Para quando a classi­ficação de interesse concelhio dos nossos monumentos, dos nossos caminhos, dos nossos núcleos? Para quando os planos directores e de pormenor, tendo em conta os nossos lugares, as nossas potencialidades naturais? Não basta, e não é suficiente deixar transformar as nossas casas antigas, com a intervenção de novos telhados, beirados de cimento pintado, janelas de alumínio cinzento e vidro martelado. Pôr-lhes uma parabólica em cima e continuarem a maior parte do ano desabitadas.
         É necessário, ter maior cuidado e seriedade com estes fatores, pois a maior segurança do investimento na área do turismo é a adequada regulação das intervenções na paisagem pelas autoridades licenciadoras. Felizmente há sinais, da melhoria da qualidade dos nossos núcleos, veja-se a intervenção a decorrer na parte histórica de Tabuaço. Mas não podemos esquecer o valor dos outros núcleos. Sendim, merece muito mais atenção, quer por todos nós, quer pelo poder político que a propôs a vila...

A comissão instaladora da ARTE – (OUTUBRO DE 2001)







2 comentários:

Madalena Campos disse...

Um blogue muito interessante! Descobri recentemente que tenho ascendentes do século XVIII em Guedieiros, algo que desconhecia inteiramente; tendo um padre como familiar, José Pinto Cardoso, não encontrei a sua inquirição de genere, que me podia remeter para a sua e minha ascendência. Esteve na paróquia de Armamar, Lamego, onde assina vários assentos e terá nascido provavelmente na primeira década desse século.Gostaria de saber se os bloggers dispõem de alguma informação sobre o mesmo. Antecipadamente grata. Madalena

CC disse...

D. Madalena Campos
Obrigado pelo seu comentário.
Não sei se conhece a nossa publicalção trimestral "Boletim dos Amigos da Região Tedo-Távora". Alguns colaboradores deste boletim fizeram recentemente alguma investigação que pode ir de encontro ao que procura. Tem sido publicada em forma de artigo. Posso mandar-lhe a versão digital do último número onde saiu a 1ª parte do artigo.
Atenciosamente
Carlos Cravo