VILA E AGORA...
No âmbito deste tema, várias
contradições e dúvidas nos aparecem de imediato. O despovoamento do interior e
dos núcleos rurais continua em progressão e parece imparável. Sabemos que é
muito difícil nadar contra esta corrente, no entanto, a vontade dos homens e
mulheres destes lugares muitas vezes é mais forte e o impossível acontece.
É verdade que a velha Vila, não tem um multibanco, um
posto médico, uma boa farmácia, comércio indústria, o fundamental que
qualquer
vila deve ter. Dai a contradição. Custa-nos saber que em outros
tempos houve maior dinâmica e actividade. No entanto apesar das
migrações, a nossa terra continuou, enquanto que
outras desapareceram por completo. A nosso ver a nova Vila tem alguns trunfos
que pode e deve utilizar. Um dos mais importantes são, a sua
paisagem e o seu património. É esta a corrente
a nosso favor. Se houver vontade política e soubermos aproveitar as construções dos nossos antepassados, os
nossos caminhos antigos, muitos deles medievais e romanos, se soubermos melhorar os nossos conjuntos e
núcleos urbanos, como Sendim, Aldeia, Paço,
Guedieiros e Cabris, podemos atrair investimento exterior, ligado sobretudo ao
turismo e agricultura.
É necessário criar dinamismo e
arriscar… Ser vila implica responsabilidade em cada um de nós, cada um tem de
certo mais qualquer coisa a dar à comunidade, basta desenvolvermos aquilo que
cada um de nós sabe fazer para o progresso e desenvolvimento se desenrolar
espontaneamente... Imaginemos que todos aqueles que são oriundos destas terras
regressavam... Como seria? Há que apostar também nessas pessoas, criar
estratégias para as cativar.
É NECESSARIO
INVENTAR, É NECESSÁRIO SER EXIGENTE COM O PODER POLÍTICO E COM NÓS MESMOS.
Para quando a classificação de interesse concelhio dos nossos monumentos, dos
nossos caminhos, dos nossos núcleos? Para quando os planos directores e de
pormenor, tendo em conta os nossos lugares, as nossas potencialidades naturais?
Não basta, e não é suficiente deixar transformar as nossas casas antigas, com a
intervenção de novos telhados, beirados de cimento pintado, janelas de alumínio
cinzento e vidro martelado. Pôr-lhes uma parabólica em cima e continuarem a
maior parte do ano desabitadas.
É necessário, ter maior cuidado e
seriedade com estes fatores, pois a maior segurança do investimento na área do
turismo é a adequada regulação das intervenções na paisagem pelas autoridades
licenciadoras. Felizmente há sinais, da melhoria da qualidade dos nossos
núcleos, veja-se a intervenção a decorrer na parte histórica de Tabuaço. Mas
não podemos esquecer o valor dos outros núcleos. Sendim, merece muito mais
atenção, quer por todos nós, quer pelo poder político que a propôs a vila...
A comissão instaladora da ARTE – (OUTUBRO DE 2001)
2 comentários:
Um blogue muito interessante! Descobri recentemente que tenho ascendentes do século XVIII em Guedieiros, algo que desconhecia inteiramente; tendo um padre como familiar, José Pinto Cardoso, não encontrei a sua inquirição de genere, que me podia remeter para a sua e minha ascendência. Esteve na paróquia de Armamar, Lamego, onde assina vários assentos e terá nascido provavelmente na primeira década desse século.Gostaria de saber se os bloggers dispõem de alguma informação sobre o mesmo. Antecipadamente grata. Madalena
D. Madalena Campos
Obrigado pelo seu comentário.
Não sei se conhece a nossa publicalção trimestral "Boletim dos Amigos da Região Tedo-Távora". Alguns colaboradores deste boletim fizeram recentemente alguma investigação que pode ir de encontro ao que procura. Tem sido publicada em forma de artigo. Posso mandar-lhe a versão digital do último número onde saiu a 1ª parte do artigo.
Atenciosamente
Carlos Cravo
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