terça-feira, 1 de novembro de 2011

D. Lisete no Querida Júlia




Incorremos, demasiadas vezes, na tendência de analisarmos histórias e situações que já se passaram à luz de referências actuais. Atribuímos, assim, excessiva importância a certo evento ou, pelo contrário, menosprezamos o papel determinante que tiveram. Raramente somos justos com o seu real valor. As histórias de amor, mesmo as verdadeiras, também seguem este derrame analítico. Consideramos a nossa história de amor como a mais sofrida e a mais bonita e, por já ter ocorrido num passado não mais disponível, fantasiamos em torno dos pormenores que a vestiram e anulamos, veemente, a possibilidade de essa história se repetir novamente. Pois bem, não é assim… Pelo menos com as histórias de amor verdadeiras… Estas não sofrem de tempo e ainda que se assumam de diferentes formas aos olhos e corações de quem as vive, hoje ou no passado, elas repetem-se assim na essência de ser. A vida é um eterno retorno e o amor jamais coube somente no passado.
Lizete e Armando viveram uma história assim. Uma história de amor das verdadeiras… Vivem ainda… Não foi desenhada a pincel, mas cravada na tela com muita persistência e determinação. Só depois de alguns anos de insistência e muitas cartas escritas e outras tantas imaginadas é que a história de amor se assumiu plenamente. Os contornos começaram por ser difusos, mas com a força de uma vontade extrema, tornaram-se precisos e perfeitos, cristalizando numa vida partilhada há 42 anos.
Lizete contou a sua história de amor verdadeira… Viveu-a, mais um pouquinho, dessa vez que a sujeitou aos outros assim por meio de palavras e emoções. Nós que a ouvimos, libertámos essa história do passado e sonhámos com uma assim também…  Júlia Pinheiro, que a entrevistou e ouviu, reconheceu a história de amor e deu-a a conhecer, através do seu programa, a todos os que, num dia de Março, estávamos ligados ao aparelho televisivo… Parabéns, Lizete, pela graça com que contou a sua história de amor verdadeira…
(Quantas histórias assim, das verdadeiras, se escondem por detrás dos rostos das pessoas desta terra? Como gostaria de as ouvir… )
Carmen Cravo

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